... no meio de um mal sucedido planejamento urbano me perco no passado, para
variar. Dessa vez foi diferente, ou a diferença também seja inventada na minha
mente para cobrir buracos no asfalto da minha vida. Abri o notebook e fiquei
vagando na internet e vi algumas fotos e senti novamente alguns abraços e meus
dedos ... Ah esses dedos nervosos por
escrever bobagens precipitadas das quais eu sei que posso me arrepender, se
perderam no teclado e balbuciaram palavras não pensadas.
E
de toda essa utopia de um mundo mais humano, me pego desnudo em tua frente,
tentado uma aproximação comigo mesmo, através de você, ou vai ver com a parte
de mim que ficou contigo naquilo de você que ficou comigo. Não sei explicar, sinceramente.
Apenas sinto e por demais e muito tempo vim trancando meus leões. Deixarei que
se vão e então não me desprotejo para me proteger.
Eu
fico aqui matutando e tentando insistentemente entender o porquê de tantas
coisas mexerem comigo. E dentre tantas outros detalhes, e também entre frases
nervosas e frustradas duma tentativa docente, me perco em meus eus cada, um em
seu mundo.
E
ainda que em mim, neste planeta Terra, mora você que se demora e não se cansa
de estar, num programa de TV ou numa mesa chamada de jantar, onde tudo se tem,
menos a comida que concretiza aquilo que nos fez sentar. E sentar para que? Para
olhar sua cara e ver um misto de coisas que nem sei, ainda que equivocado e
inventado de minha mente insana?
E
que toda sobremesa seja gelatina com creme de leite, e que todo ovo frito seja
feito à madrugada com manteiga de carinho numa porta à beira do caos suburbano
dos mundos de outrora, ora criado para nós, ora feitos para nos destruir. E eu
não entendo o que em você me fez ficar assim, o quanto de orgulho meu me faz
ficar assim, assim como? Assim.. Simplesmente.
Ah,
se eu pudesse escrever em textos um coração “dilacerado” pelas coisas que o
tempo impõe à vida, e se eu pudesse traduzir sentidos como fazem o especiais. E
se todos esses “Ahs” que solto se fizessem revolta, e de toda revolta eu
pudesse me virar. De lado, do avesso, do outro lado tentando sacudir o passado
em busca de um ideal frustrado, que no minuto certo se faria verdade contente.
Não
são coisas difíceis mas são. Ao ponto que saem de mim sem comunicar e me rasgam
ao mesmo tempo que me levam pra bem longe... e de tão longe fico perto, de onde
eu nem queria, talvez. Perto de você...
Perto
dos dias em que ouvíamos a mesma música, e das coisas que você me ensinou, e
das coisas que talvez eu tenha ensinado a você e então meus dedos se seguram
para que eu não me denuncie. Se controlar para não escrever como foi e porque meu
coração se aperta as vezes, imagine você a que ponto cheguei. E sempre me
negando, me segurando, me anulando, por causa sempre de algo ou alguém ou ainda
alguma coisa. E que o digam as formigas no tapete e tantos outros detalhes que
me machucam pela impossibilidade de voltar atrás. As vezes porque não vale a
pena, ou por não querer admitir que você já tenha procurado esquecer de tudo
isso. E então você se pergunta: isso o que? Eu eu, como sempre, digo: nada.