sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014 0 comentários

Pedra e Luz




A tristeza maltratou nas bandas de Limeira. Bem à noitinha já. As coisas poderiam ter sido diferentes mas não foi assim que ocorreu. A sinceridade, a serenidade e principalmente a seriedade parecem três primas arrogantes que nunca se falaram e que não se enquadram em qualquer lugar. Os ensinamentos que há muito me foram passados finalmente estão servindo para algo. Logo cedo antes de deixar a faculdade, os relâmpagos começaram a querer aparecer.. Sempre fico encantado com isso. Lá onde eu morava e que é a minha cidade.. raio era coisa rara e linda de se ver e antes que essa beleza se esvaia de mim, quero lembrar das coisas simples que nunca deveriam ter deixado de existirem dentro de nós.
Comi uns 5 pãezinhos de queijo enquanto falava com minha mãe pelo Skype. Os raios foram aumentando e começou então a chover. Um momento de introspecção e de pouca importância com o ambiente externo.. eu só pedia que os raios aumentassem.

Enquanto eu devorava nervosamente uma melancia sem sementes na beira da janela da suposta cozinha, comecei a ouvir os trovoes e ver mais relâmpagos e raios.. da sacada da entrada do prédio a chuva batia de uma maneira que lembrava velhos martelos quebrando brita na beira da estrada... logo me veio de súbito uma linda e imponente imagem na cabeça.. fui de forma bruta arrastado pra um momento certo de minha infância onde ouvira dos adultos que trovoes e raios são na verdade velhos índios na floresta que jogam enormes pedras pro ar, que chocam-se uns contra as outras estrondando num clarão de relâmpago e num barulhão de trovão. Percebi então que ser leve mesmo é se refugiar dentro daquilo de mais belo que existe dentro de você, porque isso sim, pessoa alguma nesse mundo poderá tocar. Nada nem ninguém poderá ver ou tocar aquilo que seu coração guardar. Então fiquei alguns minutos apreciando aquela maravilhosa sensação de ver os velhos índios fazendo raios para nós, meros mortais. Talvez a vida seja isso mesmo. Tudo disso ou daquilo que nossa objetividade cotidiana matou. E então vamos redescobrindo aos poucos o valor de nossas almas. Amo ver raios. Amo ouvir raios.
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014 0 comentários

um doce bárbaro




Quero embriagar minh'alma das coisas boas!

Sufocar meu espírito das boas almas!!
Vou me perder ao achar a luz dos olhos de quem se perde nas coisas boas de almas perdidas!!!
Quero ser e estar,
Quero explodir sem despedaçar,
Quero a alegria de chorar..
Quero sim, das coisas boas, minh'alma embriagar!

- Henrique Moreira Neto -
 
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