sábado, 26 de dezembro de 2015

Consciência, Universo - BMO e o Bolha




Sim, amo Hora de Aventura e vejo nele muito sentido em relação à natureza mesma do mundo e das coisas. Não conheço muito sobre o criador, mas diria que aquela mente é brilhante. Ou então e ainda, como eu sempre pensei em relação aos grandes mestres da história da humanidade: talvez ele nem tenha consciência do que estavam fazendo, produzindo ou inventando quando criou Hora de Aventura e nós, com outra maneira de apropriação das ideias das coisas do mundo, ressignificamos essas coisas pela escavação dos sentidos que elas podem nos doar até a sua consumação.

Bom, o episódio que me chama a atenção, dentre todos os outros que sempre me chamam a atenção, é o de número 17 da quinta temporada com título, “BMO perdido”. Esse episódio <3 (^^v). Mais especificamente no episódio BMO está perdido e quer voltar para a casa da árvore. No meio do caminho BMO encontra alguns acompanhantes para a sua jornada. Uma delas é uma bolha, pela qual BMO se apaixona. Todos tinham o mesmo desejo de voltar para casa, mas a bolha dizia estar a tanto tempo perdida que não sabia mais como era sua casa, não conseguia se lembrar de absolutamente qualquer coisa. BMO prometeu ajuda-lo a voltar e no clima da paixão decidiram se casar. Foi quando BMO encontrou a casa da árvore e bateu na porta pra Finn ou Jake atenderem. Esperavam um ao lado do outro quando Jake abriu a porta e completamente ignorante do que estava acontecendo exclamou: olha! Uma bolha! E estourou. BMO ficou revoltado e triste sem saber o que ia fazer já que queria se casar com o bolha. Quando ele pensou que o bolha estava morto sua voz ecoou dentro de sua cabeça pedindo calma, pois ele estava ali, em todo lugar e estava tudo bem. Ele se lembrou quem era. Era o ar e estava preso naquela bolha por muito tempo, mas que agora poderia estar com BMO onde quer que ele esteja, dia e noite, a todo momento para sempre.

Qual a meditação? É que eu fiquei pensando muito sobre o fato de o ar pensar ser uma bolha enquanto estava aprisionado na película de uma bolha e depois de voltar à sua casa, se lembrar quem é e querer a sua natureza. Daí fiquei pensando sobre espíritos, consciência, sobre alma, sobre vida. Sobre isso que anima a matéria de alguma maneira que não o mero movimento mecânico orgânico-químico da materialidade. Mas ainda não sei se chamo de espírito ou consciência. Mas vamos lá.


Que é isso que anima nossa materialidade? Acredito que a consciência seja algo universal. Quem sabe, até um estado da matéria, desconhecido pela nossa limitação cognitiva e não necessariamente tecnológica. Talvez não alcancemos tais intelecções em suas maneiras de existência intuitiva. Nesse sentido, acredito que o corpo como conhecemos junto com o que chamamos de alma é a película mesma que abriga um pouco da consciência que foi trazida nesse mundo e é de certa maneira, à revelia, obrigada a passar pelas experiências dessa materialidade mesma. Ao ponto de esquecer de sua casa por estar cada vez mais longe de suas origens. É assim que esquecemos dos valores de consciência que deveríamos cultivar. Daí pensei que na verdade somos isso que era o bolha. Somos essa consciência universal que é “aprisionada” neste corpo e vive essas experiências. Depois o destino nos estoura e voltamos a compor a consciência universal a que tudo preenche e à qual tudo pertence. Ainda fiquei pensando sobre os tipos de morte ou de evolução pessoal no sentido sobre o estado de sua película no decorrer da vida.. Como assim o estado da película? Quanto mais firme, mais difícil de estourar. 

Quanto mais frágil, mais fácil. Mas ainda pensei sore pessoas idosas que tem o mesmo discurso como se fosse uma nostalgia metafísica sobre a origem de suas consciências. Vi isso em minha bisavó antes de partir e vi isso com a Vozinha do Youtube. Engraçado que o que a ciência moderna faz é destruir a beleza das coisas dizendo ser apenas um mal de Alzheimer ou algo do tipo. Eu digo que não. Não é nada disso. É o não reconhecimento mais desse mundo em detrimento do universo que chama pela fragilidade da substância mesma que nos mantém aqui enquanto consciências espirituais. O que essas pessoas de mais idade têm em comum? Elas não reconhecem suas casas como sendo casa e pegam as trouxas e saem na rua dizendo estarem indo para casa. Mas perguntamos: que casa? Se essa é a casa.. à qual casa elas se referem? 

Nisso ninguém para pra pensar e então dizem que eles estão “caducos”. Uma violência é não considerar a sabedoria de consciências estiveram entre nós por tanto tempo. Elas querem ir pra casa porque sentem que a consciência maior as chamam. Que não fazem mais parte do mundo e que já não há muito sentido estarem ali. Querem ir para casa. Querem ser estouradas como bolhas. Querem ser reintegradas à consciência universal. Como o bolha voltou a ser ar.

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